Traiçoeira

Eu não sei mais o que é vida
Eu desaprendi a viver
Me perdi no significado
E na prática já não sei dizer

A vida me pregou peças
As quais não compreendi
Brincou com meu destino e me colocou
Num caminho de tristeza sem fim

Me impôs obstáculos
Que não consegui passar
Me deu mistérios
Que não consegui desvendar

Me atropelou com um caminhão
E eu não consegui levantar
Mandou eu andar com os pés no chão
Mas não me ensinou a caminhar

Colocou o pé na minha frente
E daí eu tropeçei
Caí com a cara no chão
E ali mesmo fiquei

Me derrubou como se fosse um boi
Numa cerca de vaquejada
Me puxou pelos cabelos
E na vergonha fui esfrergada

Me matou com uma facada
Que atingiu o mais âmago do meu peito
Tirou o meu reflexo do espelho
No lixo mais nojento fui jogada

E mesmo no fundo do poço
Conseguiu ainda me pisar
Me pisou com tanta força
Que me veio na hora uma coisa

Senti o mal trazer o bem
Quando me disseram que era hora de partir
A luz branca e o filme na cabeça
Veio a me fazer embora ir

Comentários

  1. OI Mara.
    Acho que agora vc tem que escrever o oposto desse poema. como seria a saída dessas dificuldades.
    Parece que o poema esta incompleto sem essa oposição de ideias.

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    Respostas
    1. Oi professor, tens toda a razão, infelizmente parte do meu talento só aparece em momentos de grande solidão e tristeza. Mas prometo me empenhar pra poder terminar meus poemas, como o senhor pontuou. Obrigado!!!

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